sábado, 21 de dezembro de 2013

DEMOROU, MAS CHEGOU: Informe sobre o C.O. de 31 de Outubro de 2013

Em pleno dia das bruxas, 31 de Outubro de 2013, houve novamente uma reunião do Conselho Universitário da UNESP (C.O.).

O contexto em que se realizou este C.O. não poderia ser mais condizente com a comemoração do dia das bruxas, visto que o REItor acabava de anunciar corte de ponto aos servidores técnico administrativos que estavam em greve, o não cumprimento do aumento de 3,415 para a categoria docente e também acabavam de chegar sindicâncias para alguns estudantes com relação à segunda ocupação da REItoria e que, naquele momento, estavam sendo sindicados somente estudantes que participaram de negociações com a REItoria, sob a justificativa destes serem “líderes que dialogavam com as autoridades administrativas”. A caça às bruxas estava à solta e as três categorias demonstravam enorme insatisfação com a situação.

Este conselho, entretanto, ignorando todo o panorama em que se encontrava a UNESP, queria somente votar o Plano Orçamentário para 2014, tendo em vista que aquele era a último dia para aprová-lo.

Extremamente descontentes com os cortes de ponto, os servidores técnico-administrativos exigiram que se debatesse a situação em que se encontrava as categorias, porém esta proposta foi recusada por unanimidade e os representantes dos servidores, não tendo mais espaço para poder dialogar nesta reunião do conselho, se retiraram como forma de protesto.

Como se nada tivesse acontecido, a pauta da reunião foi prosseguida e inclusive a saída dos servidores técnico-administrativos foi comemorada pelos conselheiros, tendo em vista que a partir daquele momento todas as deliberações se davam por consenso.

Neste conselho, nada além do esperado, as deliberações como sempre foram decididas em outros espaços, e o debate ali torna-se nulo, sendo este espaço somente um teatro em que todos devem encenar e seguir seu roteiro, tentando calar a boca daqueles que se indignam com a situação de nossa universidade.

Abaixo um relato mais detalhado sobre os acontecidos nesse show de horrores que foi o C.O. digno de dia das bruxas:


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

LUTAR PARA ORGANIZAR, ORGANIZAR PARA LUTAR


“E com o bucho mais cheio comecei a pensar
que eu me organizando posso desorganizar”
(Chico Science e Nação Zumbi)

Nos dias 23 e 24 de novembro de 2013 houve reunião presencial da gestão provisória do Diretório Central de Estudantes. A reunião tinha por objetivo fazer uma análise do movimento deste ano, pensar a organização do movimento estudantil e traçar linhas de atuação desta entidade com relação aos desafios impostos como a organização política para o ano de 2014 e o enfretamento à tentativa de repressão da reitoria por meio das sindicâncias.

Destas demandas que surgiram, tornou-se necessário um resgate: 2013 foi um ano de lutas para estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes da UNESP. As mobilizações estudantis tiveram início de maneira isolada a partir da metade de Abril. Porém, logo no início de Maio, no I Conselho de Entidades Estudantis da UNESP-FATEC (CEEUF) de 2013, realizado em Ourinhos, uma Comissão Estadual de Mobilização (C.E.M.) foi formada como ferramenta de articulação entre os campus e com os outros setores da comunidade acadêmica e a sociedade civil em torno da luta por uma universidade contrária ao que hoje é: elitista, excludente, sectária, mercadológica.

Passados quase 60 dias de mobilização e com mais da metade dos campus da UNESP em greve, a C.E.M. organizou o II CEEUF do ano – na metade de Junho na unidade de Marília – com o intuito de avançar nas negociações com a REItoria e continuar com as tarefas de articulação do Movimento Estudantil. Foi então que, o corpo estudantil deliberou que a C.E.M. tornar-se-ia a gestão provisória do Diretório Central de Estudantes “Helenira Resende” (DCE), uma organização política que permitisse a participação estudantil nas instâncias deliberativas, como o Conselho Universitário (CO), e que levasse a frente o projeto de educação do nosso movimento.

Durante todo o processo de enfrentamento com o projeto de educação neoliberal da gestão peessedebista de Geraldo Alckmin, tanto a C.E.M. quanto o DCE provisório estiveram abertos a críticas, sugestões, balanços, o que nos permitiu construir um movimento auto-organizado e orientado pela base. Quase nenhuma das pessoas envolvidas na entidade havia participado desse tipo de organização anteriormente, uma vez que há muito não havia um DCE na UNESP. Assim sendo, nossa luta foi vitoriosa!

Na contrapartida do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), conquistamos uma Comissão Permanente de Permanência Estudantil (CPPE), um sistema de cotas étnico-raciais e socioeconômicas, avançamos na construção de moradias e restaurantes universitários nos campus experimentais, impondo nosso projeto de educação ao governo de São Paulo.

Entretanto, muito de nossa organização se perdeu e muita confusão em torno dela surgiu. A diferença entre C.E.M. e DCE provisório foi motivo de muitas dissidências. Nesse momento, entendemo-nos enquanto interseção entre uma ferramenta de articulação e uma organização política, tendo no horizonte as tarefas que devemos cumprir para rearticular o ME e não permitir que nossos companheiros sejam perseguidos politicamente e punidos.

As divergências políticas sempre existirão em nosso movimento e elas são cruciais para uma necessária autocrítica constante, uma vez que são elas que nos coloca em movimento, em transformação. É também a partir de nossas convergências e divergências que o movimento consegue se remodelar e lutar com ainda mais força pelas demandas estudantis, sendo que a nossa forma de organização tem por princípio dar voz às diferentes realidades existentes em um movimento que se espalha por mais de dez cidades do estado de São Paulo. 

Apesar de algumas vitórias, vemos ainda como necessário a continuidade do debate e das ações políticas para responder aos próximos ataques realizados pelas REItorias e os governos, além da necessidade de continuarmos na defesa de nossas bandeiras por um projeto de universidade à serviço das classes trabalhadoras, negros e outras populações historicamente excluídas do espaço universitário. Neste sentido, uma unidade estadual do Movimento Estudantil da UNESP se torna crucial enquanto fomentador de uma mobilização unificada que possa ter força e organização para responder às mazelas de nossa universidade e mudar a direção do projeto político de privatização e precarização da universidade pública para uma universidade realmente à serviço do povo!

Neste sentido, a atual organização chamada DCE provisório se coloca enquanto uma forma de unidade estadual que tem como objetivo mobilizar os estudantes dos diversos campus que já compõem este espaço e este movimento e tentar trazer outros campus para a luta, almejando fomentar a construção de um projeto de universidade contrário ao projeto atualmente imposto!

Ficaremos à reboque da opressão do Estado ou nos organizaremos de forma combativa para agirmos? E nunca podemos nos esquecer: "Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem", Rosa Luxemburgo.

A LUTA SEMPRE CONTINUA! 
 DCE "Helenira Resende" - 16 de dezembro de 2013

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

AUDIENCIAS, NOVAS SINDICANCIAS E A CAÇA ÀS BRUXAS CONTINUA!

Nos dias 06 e 07 de novembro ocorreram as primeiras audiências relativo às sindicâncias abertas contra o movimento estudantil para “apurar” os fatos relativos ao boletim de ocorrência registrado devido a segunda ocupação da REItoria ocorrida nos dias 16 e 17 de Julho de 2013.

As doze primeiras pessoas a serem sindicadas e a prestar depoimentos eram, “coincidentemente”, pessoas escolhidas pelo movimento estudantil para estar em reuniões de negociação com a reitoria durante todo o período de greves e ocupação. Constantes entre estes doze primeiros, estavam inclusive três pessoas que não constam no boletim de ocorrência registrado na segunda ocupação da reitoria, devido a estes não estarem participando de tal ocupação.

O processo demonstrava claramente os motivos pelos quais estas pessoas foram selecionadas, sendo que estes estudantes eram considerados “líderes que dialogavam com as autoridades administrativas”, ou seja, estes estudantes foram sindicados por se disporem a abrir o diálogo com a REItoria em prol das pautas do movimento.

Obviamente, esta atitude da REItoria demonstrava um claro caráter de perseguição política e uma tentativa de punição exemplar ao movimento estudantil da UNESP, com o objetivo de trazer uma conveniente inércia ao movimento através do método do “vigiar e punir” muito utilizado por esta REItoria e pelo governo do estado.

Nas audiências, ocorreu o fato bizarro dos estudantes sindicados terem que ficar na rua, fora de um prédio que é público (a bela REItoria da UNESP), esperando sua vez de prestar depoimento sob frio e garoa incessantes. Após pressão, a REItoria demonstrou o medo de que os doze estudantes ocupassem a REItoria novamente.

Nos depoimentos, o denunciante, prof. Carlos Wincler, demonstrou o quanto este é um processo absurdo e que o mesmo também é somente um bode expiatório no projeto da REItoria. Em seu depoimento, este colocou que seria necessária a presença de um oficial de justiça para que o pedido de reintegração de posse fosse oficializado e assim realizado de fato, o que, porém, não aconteceu em nenhum momento. O depoimento do denunciante também não conseguiu explicar a relação entre os sindicados e o fato ocorrido, o motivo desses terem sido especialmente selecionados para estas audiências, visto que o denunciante somente conseguiu identificar um dentre os doze sindicados.

Nos depoimentos, os estudantes sindicados colocaram o quão ilegal foi este processo de reintegração de posse e a intransigência da REItoria, que na ocasião sequer se dispôs a ouvir as pautas do movimento. Outro fato é que os mesmos também colocaram claramente o quanto este processo é uma perseguição política da REItoria para com o movimento estudantil e este fato fecha todas as possibilidades de diálogo entre ambos.

Após os primeiros depoimentos, assim como um passe de mágica surgem mais pessoas sendo sindicadas no mesmo processo. Novas cartas de citação chegaram para pessoas que constavam no boletim de ocorrência, porém todas elas com data retroativa. O processo acessado pelos primeiros sindicados constava somente doze pessoas sindicadas, porém, novas pessoas foram adicionadas ao processo ANTES dos estudantes terem acesso aos mesmos, mas magicamente isto não constava neste primeiro momento.

O nível de gravidade de uma acusação de perseguição política em pleno Estado democrático de direitos, somada ao fato de que a REItoria não conseguiu retirar destes primeiros algum argumento plausível para puni-los, fez a REItoria recuar em seu projeto de punir os supostos “líderes” para, neste momento, querer punir “democraticamente” a todos!

Esta nova “remessa” de sindicados foram ouvidos nos dias 28 e 29 de novembro na própria REItoria e, ao que tudo indica, os mesmos foram escolhidos segundo a ordem que consta no boletim de ocorrência.

As próximas audiências estão marcadas para os dias 9 e 10 de janeiro, mas os novos sindicados ainda não foram divulgados.

Também os depoimentos com relação ao inquérito policial que corre no 3º DP do Bom Registro em São Paulo para investigar o boletim de ocorrência também estão chegando para os estudantes.

Caso você também seja um estudante que conste neste boletim de ocorrência entre em contato com o dce pelo e-mail: dceheleniraresende@gmail.com

A LUTA CONTRA A REPRESSÃO CONTINUA!!
PELO ARQUIVAMENTO DE TODAS AS SINDICANCIAS!!

A LUTA CONTINUA
DCE "Helenira Resende" - 04 de dezembro de 2013

MOÇÃO DE REPÚDIO FRENTE À REPRESSIVA AO MOVIMENTO ESTUDANTIL

MOÇÃO DE REPÚDIO FRENTE À REPRESSIVA AO MOVIMENTO ESTUDANTIL:

A Associação Brasileira de Educadores Marxistas (ABEM) repudia toda e qualquer ação repressiva ao Movimento Estudantil promovida por quaisquer agentes públicos ou privados de quaisquer instâncias em qualquer país. Os estudantes em todo o Brasil estão em luta pela defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade com processos decisórios democráticos, que garanta especialmente aos estudantes oriundos da classe trabalhadora as condições de acesso e permanência ao ensino superior. Na UNESP, os estudantes estão em luta por condições de acesso e permanência ao ensino superior e maior participação em seus órgãos decisórios. Lutar por direitos é um direito inalienável. Pelo fim imediato dos processos administrativos disciplinares aos estudantes que compõe o Movimento Estudantil da UNESP!

Coordenação da Associação Brasileira de Educadores Marxistas - ABEM
abem_coordenacao_2013_2015@yahoo.com.br

MOÇÃO DE APOIO AOS ESTUDANTES DO MORROCOS



No Brasil, em 2013, a luta por um transporte público e de qualidade tem se intensificado como jamais visto. Em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, milhares de estudantes foram às ruas no início do ano inconformados com mais um aumento na tarifa dos transportes públicos. Após alguns dias de ampla mobilização estudantil que também atingiu a comunidade, a prefeitura cedeu e a população barrou o aumento dos transportes.
O ápice desta luta, contudo, veio no mês de Junho. Estudantes de todo o país iniciaram atos contra o aumento da passagem que era de “somente” 20 centavos. Contudo, não eram só 20 centavos. No dia 13 de junho, em uma manifestação com aproximadamente 15 mil pessoas na cidade de São paulo, a repressão brutal da polícia ficou clara à população, pois mais de 2000 policiais militares vieram para massacrar a população que se manifestava na rua, deixando centenas de feridos, alguns inclusive ficaram cegos com as balas de borracha. Após isso ficou claro, não eram só 20 centavos de aumento,  Isso significava ter que pagar mais por um transporte lotado, precarizado, com poucas linhas de ônibus, de metro, de trem, enfim, que massacra diariamente a população. Muito mais do que isso, era pagar mais para empresas e governos que não no provêem transporte, saúde e educação gratuitos, nem mesmo moradia para a maior parte da população brasileira.
O povo não aceita mais isso! Especialmente por conta da repressão pelos estudantes no dia 13, no dia 17 de junho, milhões de jovens foram às ruas em todo o Brasil o que forçou em praticamente todas as localidades a redução da tarifa! Mais do que isso em algumas cidades estudantes agora têm Passe-livre no transporte público!

Portanto, a luta dos estudantes de Marrocos é a luta de todos! Por um transporte acessível a toda a população e contra a repressão policial! Todos travamos a mesma batalha contra esse sistema que só consegue aumentar a desigualdade social da população e massacrar a classe trabalhadora para garantir o lucro dos capitalistas! Lutamos por Transporte, Saúde e Educação, acessível a toda a população!

NOSSA LUTA É UMA SÓ!

TODO APOIO À LUTA DOS ESTUDANTES DE MARROCOS CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM! POR PASSE-LIVRE A TODA A POPULAÇÃO!

ABAIXO À REPRESSÃO!

Tradução para o inglês:

SUPPORT STATEMENT FOR MOROCCOS STUDENTS FOR LOWER TRANSPORT FARES AND AGAINS POLICE AND STATE VIOLENCE!


The Student Union of the State University of São Paulo declares here its total support to the struggle of morocco students for lower fares!
 In Brazil, in 2013, the class struggle for a satisfactory public transport has been intensified as never before. In Porto Alegre, Rio Grande do Sul State, thousands of students went to the street in the beginning of the year because they could not afford one more bus/subway fare increase. Some days after wide movement among students and worker class, the major give in of the fare increase.
However, the top of this fight in the country came in the month of June. Youngster all over the country went took the street against the national fare increase for public transportation of 20 cents. Nevertheless, it wasn’t just 20 cents. In June 13th, in a demonstration with around 15 thousand people in the city of São Paulo, the police violence became evident to the entire population, since the government put out 2 thousand cops highly armed against the youngster on the street. Hundreds of arrests, injuries and even some reporters got blind for recording police action. After that became clear it wasn’tt just 20 cents, this fare increase meant to pay more for a crowed and precarious public transport, with insufficient bus lines and trains for subway, crashing population daily. Much more than that, it meant to pay more for business companies and governments who are unable to provide transport, health and education freely to EVERYONE, even places to most of Brazilian people live!
People won’t accept that anymore! Especially because of the State violence in June 13th, in June 17th millions came on the street all over Brazil which forced almost all localities to decrease transport fares! Much more than that, in some cities, as Porto Alegre-RS and Goiânia-GO they now have free public transport for students!
Therefore, the struggle of Morocco youngsters is the fight of all of us! For a transport public and accessible for the whole population and against police and state violence! We all are in the same battle against this system which just can increase social inequality e crash worker class to ensure high class profits! We all fight for transport, health and education accessible to whole people!

OUR FIGHT IS JUST ONE!

ALL SUPPORT TO THE STRUGGLE OF MOROCCO STUDENTS FOR LOWER FARES FOR PUBLIC TRANSPORT!

PUBLIC AND FREE TRANSPORT FOR THE WHOLE PEOPLE!

NO MORE POLICE AND STATE VIOLENCE!

THE STRUGGLE CONTINUES!
DCE “Helenira Resende” – November 12, 2013.